O silêncio dos políticos roraimenses ante à crise sanitária dos Yanomami

A vinda do presidente Lula ao Estado, mostra que Roraima segue como a menina dos olhos para o Governo Federal. O que mudou são as prioridades de cada gestão.

O silêncio dos políticos roraimenses ante à crise sanitária dos Yanomami
No sentido horário, governador Antonio Denarium e senadores Telmário Mota, Chico Rodrigues e Mecias de Jesus

Mais falado no mundo

A vinda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para ver de perto os problemas enfrentados na saúde Indígena estadual virou assunto internacional. O abandono do povo Yanomami e as mortes que chegaram a mais de 570, nos últimos quatro anos, chamaram a atenção do mundo inteiro.

O silêncio dos políticos locais

Apesar de ser um tema de repercussão mundial, diferentes dos eventos com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que eram lotados de políticos locais, com super exibições em suas redes sociais e até em redes instucionais como a do Governo Estadual e da Assembleia Legislativa, a vinda de Lula não teve o mesmo interesse.

Denarium só cumpriu sua obrigação

O próprio governador Antonio Denarium (PP), demonstrou total desconforto na presença do presidente Lula. Ele cumpriu apenas a obrigação institucional que compete ao chefe de Estado. Mas, evitou fotos com Lula e não fez nenhum destaque em suas próprias redes sociais. Bolsonarista assumido, o comportamento de Denarium precisa ser avaliado. Afinal, Roraima depende muito do apoio do Governo Federal e manter um bom relacionamento com o presidente é fundamental.

Vergonha

Há quem diga que Denarium estava envergonhado. Primeiro porque parte dos problemas enfrentados pelos Yanomami tem relação direta com o garimpo. Atividade que cresceu com aval de Bolsonaro e o incentivo controverso de Denarium com a lei estadual do garimpo que foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, os manifestantes e indígenas presentes levaram cartazes criticando o garimpo. Ou seja, para bom entendedor, Denarium não era bem-vindo ali.

Roraima tem senador?

Além da ausência de vários políticos locais que sempre fazem questão de aparecer como papagaio de pirata em qualquer evento público, chamou a atenção a falta dos senadores Chico Rodrigues (PL) e Mecias de Jesus (Republicanos). Chico tem costurado uma conversa para ir para base aliada do presidente Lula, assim como o Republicanos que tenta emplacar a reeleição do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira e por tabela, uma vaga no Tribunal de Contas da União para Jhonatan de Jesus. A ausência de Mecias inclusive, precisa ser avaliada como um sinal de quem não tem interesse em contribuir com a solução do problema das populações indígenas de Roraima.

Mecias e Jhonatan têm responsabilidade?

A desassistência dos povos Yanomami não é novidade. O próprio Roraima Em Tempo fez uma série de matérias denunciando as dificuldades enfrentadas pelos índios e a falta de insumos. Em novembro de 2022, uma operação deflagrada pela Polícia Federal escancarou o esquema de desvio de recursos no Dsei Yanomami. A ação culminou na exoneração do coordenador do órgão, Ramsés Almeida. A amizade de Ramsés com o senador Mecias e seu filho, o deputado federal Jhonatan de Jesus, garantiu a indicação política para o cargo. A investigação, que mostrou práticas criminosas como o pagamento por medicamentos que nunca foram entregues, segue em curso e há quem diga que pode chegar em gente mais influente.

Perguntar não ofende

Diante disso, fica a dúvida: será que Mecias e Jhonatan não compareceram ao evento com o presidente Lula porque também são responsáveis pelo que aconteceu aos Yanomami? A resposta está nos fatos que a PF deve apurar.

 

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