Prefeita não pagou piso salarial dos agentes de saúde e agora enfrenta uma CPI

Núbia nem pode alegar falta de verba porque nas eleições, o governador enviou milhões e milhões para o município; o envio virou até alvo de ação judicial

Prefeita não pagou piso salarial dos agentes de saúde e agora enfrenta uma CPI
Prefeita Nubia Lima e o governador Antonio Denarium – Foto: Facebook

Piso salarial

A Câmara Municipal de Amajari instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o não pagamento do piso salarial de Agentes Comunitários de Saúde do município. É que a emenda constitucional nº 120 de maio de 2022 determinou que o salário de agentes de saúde não deve ser inferior a dois salários mínimos. Contudo, a Prefeitura de Amajari não estaria cumprindo a legislação desde agosto daquele ano até o momento. Como resultado, a Justiça do Trabalho condenou a prefeitura no dia 31 de março deste ano, a pagar a diferença salarial. À época, a juíza responsável pelo processo determinou o prazo de 10 dias para que a prefeitura Núbia Lima efetuasse o pagamento sob pena de multa diária de R$ 500 até o limite de R$ 5 mil.

‘Calamidade’

Durante reunião da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da ALE-RR, que ocorreu nesta quarta-feira (31), o advogado da Unimed Fama, Yago Renan, afirmou que a Saúde de Roraima vive um momento de calamidade e que o Hospital Geral de Roraima é desabastecido de medicamentos. Ele informou que a empresa de saúde privada já precisou até destinar remédios à unidade. A reunião tinha o objetivo de discutir a falta de atendimento aos pacientes com Transtorno do Espectro Autista, mas o advogado aproveitou a oportunidade para comentar sobre a saúde pública após os deputados cobrarem posicionamento e soluções quanto aos serviços prestados pela Unimed. Para o representante, os deputados “precisam ser parte da solução”. Em discussão acalorada, ele apontou que alguns dos parlamentares são da base aliada do Governo do Estado e criticou o posicionamento deles quanto à situação da Saúde do Estado.

De fato…

Que os deputados estaduais são coniventes com a calamidade que existe na saúde de Roraima, isso é um fato. Eles até abriram uma CPI da Saúde em 2019 e só finalizaram em 2022 sem comprometer o governador de Roraima e a secretária Cecília Lorezon que são, de fato, os responsáveis pela gestão, portanto, também são responsáveis por tudo o que acontece com relação aos processos licitatórios e a falta de tudo nas unidades de saúde. Além disso, enquanto eles faziam somente barulho com a CPI, pessoas morriam por falta de respiradores na pandemia. Morriam também por falta de leitos. E os deputados sempre ficaram calados. A mesma coisa acontece com a ‘maternidade de lona’ que fará o segundo aniversário na próxima segunda-feira. O único parlamentar a ir fiscalizar o local foi Dhiego Coelho no ano passado e ainda foi barrado pela diretora da unidade.

Tem mais

E tem mais. Os parlamentares de Roraima se beneficiaram da política de Denarium que ignorou a Saúde e focou no uso do dinheiro público para angariar votos. Um exemplo disso foi a entrega de cestas básicas. Durante o pico da pandemia o governador entregou 10 mil cestas. Mas nas vésperas das eleições ele aumentou o número de beneficiados para 50 mil. E os parlamentares em vez de questionarem, apoiaram. Basta olhar nas redes sociais a quantidade de fotos de deputados entregando cestas básicas junto como governador. Principalmente o presidente da ALE-RR, Soldado Sampaio.

Marco temporal

A Câmara dos Deputados aprovou na última terça-feira (30) o texto-base do Projeto de Lei (PL) que trata do marco temporal na demarcação de terras indígenas. Dessa forma, ao todo, foram 283 votos a favor e 155 contra. Segundo a proposta, a demarcação valerá somente para as áreas ocupadas pelos povos tradicionais até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. Para os indígenas, a aprovação do texto se trata de um “regresso” e ataca os direitos dos povos originários. Por isso, eles realizarão de 5 a 9 de junho uma mobilização geral para pressionar os senadores e o STF contra a aprovação da medida.

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