Saúde

COVARDIA: Governo demite grávidas

Desumano. Covardia maior não há. O Governo do Estado está demitindo de forma sumária servidoras que engravidam. Isso mesmo! Se engravidar, ganha o olho da rua. Antônio Denarium demonstra com isso, não apenas desrespeito com o servidor, mas um ato desumano com o público feminino, justamente em um dos momentos mais sublimes da mulher: quando ela engravida e vira mãe.

Imagine se sua mãe, vossa excelência, trabalhasse em um governo, ficasse grávida e fosse demitida? Imagine se sua esposa ficasse grávida e fosse demitida por isso. Mais uma vez, imagine, vossa excelência, se sua filha ficasse grávida e por esse motivo também fosse demitida. Pois é, seu Antônio. Imagine uma mulher, mãe, desempregada em meio a uma pandemia. Quanta dificuldade, senhor governador. Pois é um absurdo o que está acontecendo.

Para quem acredita neste absurdo, apenas na Sesau, na semana passada, o governo “cada dia melhor” demitiu sete funcionárias. O motivo? Todas estão grávidas. Isso mesmo! Um absurdo, mas Denarium, mesmo em tempo de pandemia, de mortes, colocou na rua mulheres, só porque engravidaram. Como se bandidas fossem.

Vão acionar a Justiça

Pessoas que trabalham na própria Saúde fizeram a denúncia na semana passada. As demitidas também procuraram jornais para relatar tamanha injustiça. Elas adiantaram que vão entrar na Justiça, mas, cadê os órgãos de defesa da mulher? Cadê?

Só para lembrar, a contratação das sete servidoras demitidas ocorreu por meio de um seletivo da Sesau. De acordo com a enfermeira Edicleia Coelho, ela trabalhou por um ano e seis meses em Rorainópolis e em Boa Vista. Após descobrir a gravidez, pediu afastamento, devido à pandemia. Depois disso, a Sesau não renovou o contrato. Ela então foi para a rua.

“Me informei com a coordenação da Sesau e uma servidora disse que a minha demissão fazia parte de ordens da direção do HGR. Perguntei se o motivo era a minha gravidez e ela confirmou. Além disso, a profissional afirmou que eu estaria ocupando o lugar de outra pessoa que poderia estar trabalhando”, contou.

“Desumano”

Conforme Edicleia, a medida é um desrespeito com as servidoras que atuaram na linha de frente contra a Covid-19 no Estado.

“Durante todo esse período de pandemia estive no HGR, na linha de frente. Me consideravam uma boa profissional, mas eles decidiram não renovar meu contrato porque estou grávida e todos os outros continuam contratados. Outras mulheres estão sendo ameaçadas de demissão. Eles dizem que se elas engravidarem serão demitidas”, relatou.

Outra servidora que não será identificada disse que contraiu a Covid-19. Por isso, ficou entubada na UTI do HGR de janeiro a março deste ano. Logo após receber alta, ela solicitou afastamento e seguiu com tratamento em casa. Contudo, em outubro deste ano, ao encaminhar o atestado de gravidez, o RH informou a servidora sobre a demissão.

“Passei todo esse período trabalhando, depois estive internada, tinha laudo médico. Agora, por causa da gravidez, eles alegam que estão no direito deles e ficamos desamparadas”, lamentou.

Não bastasse a violência que muitas mulheres sofrem em casa ou na rua, agora elas se tornam vítimas do Governo do Estado. Seu Antônio persegue e coloca na rua mulheres grávidas, como se bandidas fossem. Meu Deus, quanta falta de amor e compreensão. Inadmissível.

Mais uma vez pergunto: cadê os órgãos de defesa da mulher? Ou ficar grávida e ser demitida por esse motivo é normal em Roraima?

Quanta covardia, vossa excelência, quanta covardia com nossas futuras mamães.

Álvares dos Anjos – cronista.

Rosi Martins

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