O Ministério Público pediu hoje multa de R$ 100 mil contra o governo por falta de médicos em Rorainópolis. O dinheiro deve ser bloqueado nas contas do Estado.
Mais cedo, a reportagem mostrou que a promotoria pediria a multa, já que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) não contratou médicos para o Hospital Regional Sul Ottomar de Sousa Pinto.
É que uma decisão de março mandava enviar profissionais para a unidade. À época, o prazo era de 30 dias. Contudo, passados três meses, o hospital está na mesma situação.
Por causa disso, a promotora Lara Von-Held Cabral Fagundes criticou o governo. Ela disse que há uma “total inércia” por parte do governador Antonio Denarium (sem partido) e da secretaria.
No início de julho, o Roraima em Tempo revelou que uma fiscalização do ministério encontrou a unidade sem médicos no dia 28 de junho.
Ontem, em uma nova vistoria, o órgão flagrou a escala defasada, sem cirurgião-geral titular, cirurgião-geral auxiliar, e obstetra auxiliar.
Desde que o governo rompeu com a Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde (Coopebras), há diversas denúncias de falta de médicos.
A secretaria diz que existe uma dificuldade em contratar os profissionais, e que abriu seletivo para atender a demanda.
Mas, para a promotora, a justificativa não pode ser considerada. Conforme o documento, a unidade, anteriormente, tinha médicos.
Dessa forma, Lara Von-Held fala que os efeitos da ausência de médicos “são imensuráveis”, já que o hospital é o responsável pela maior parte dos atendimentos da região Sul.
“O atraso ou ausência no atendimento médico de urgência e emergência é fatal. Tal quadro definitivamente demonstra uma situação de desrespeito aos princípios basilares previstos na Constituição da República”, acrescenta.
Ela afirma que a unidade tem apenas duas ambulâncias, o que se mostra grave, pois se houver aumento na demanda de transferências, o serviço pode ficar comprometido.
A Secretaria de Saúde informa que o Estado abriu seletivo para a contratação de médicos em diversas especialidades para atender as demandas das unidades de Saúde em todo o Estado, incluindo o Hospital Regional Sul Governador Ottomar de Souza Pinto. No entanto, para algumas especialidades não houve inscrições.
Reforça que o Estado não atendeu a decisão judicial, até o momento, por falta de profissionais no mercado local que tenham interesse no seletivo.
Para garantir que os pacientes continuassem sendo atendidos, a Sesau adotou como alternativa realizar o remanejamento de profissionais que atuam na capital, no entanto é preciso levar em consideração a disponibilidade desses profissionais.
Sobre os profissionais que atuam no Hospital Regional Sul Governador Ottomar De Souza Pinto, a unidade conta com dois médicos obstetras, no entanto um dos profissionais precisou se ausentar por motivos de saúde.
Em relação ao cirurgião-geral titular e cirurgião-geral auxiliar, a Pasta realizou processos seletivos para a contratação, porém não houve inscritos na especialidade.
Por Josué Ferreira
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