Preso, ex-chefe da segurança de Denarium tem regalias no CPC, diz denúncia

Capitão Helton Jhon está preso no Comando de Policiamento da Capital onde tem outros presos. No entanto, apenas ele teria acesso a TV, geladeira e ar-condicionado

Preso, ex-chefe da segurança de Denarium tem regalias no CPC, diz denúncia
Comando de Policiamento da Capital -Foto: Reprodução/Google

Uma denúncia enviada ao portal Roraima em Tempo nesta sexta-feira (24) relata que o ex-segurança do governador Antonio Denarium, o policial militar Helton Jhon Silva de Souza, estaria dispondo de regalias na prisão.

O capitão está preso no Comando de Policiamento da Capital (CPC) desde o dia 10 de maio, suspeito de participar da morte de dois produtores rurais em disputa de terras.

De acordo com a denúncia, o policial dispõe de uma TV 55 de polegadas, ar-condicionado e geladeira dentro da cela no CPC.

Por outro lado, segundo o relato, existem mais de 20 presos no Comando, sendo 17 em regime fechado, e nenhum deles tem acesso aos mesmos itens. Inclusive um outro capitão que está preso há mais tempo.

O capitão Helton Jhon Silva de Souza, 48 anos, era ajudante de ordem (chefe de uma das equipes de segurança da Casa Militar do Governo) e fazia parte da segurança do governador Antonio Denarium.

Ele trabalhou juntamente com o tenente-coronel Moacir Filho, que também era ajudante de ordem do governador. Hoje ele está como secretário adjunto da Casa Militar e é casado com a comandante do CPC que Denarium nomeou recentemente para o cargo.

O que diz o Governo

Em nota, o comando-geral da PMRR determinou uma fiscalização imediata nos locais destinados ao recolhimento dos presos militares para verificar o teor da denúncia.

Além disso, Polícia Militar explicou que os policiais militares que se encontram na condição de presos no Comando de Policiamento da Capital estão à disposição da Justiça, sujeitos à fiscalização tanto do Poder Judiciário quanto do Ministério Público.

Disse ainda prisão especial de policiais militares em local diferenciado dos presos comuns é uma condição prevista na Lei, conforme os Códigos de Processo Penal e Penal Militar, que garantem que os agentes da segurança pública, enquanto não forem condenados definitivamente, tenham este direito.

Duplo homicídio

Helton Jhon é investigado pelos homicídios dos produtores Flávia Guilarducci, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57 anos.

O crime ocorreu no dia 23 de abril na Vicinal do Surrão, no Cantá. Em um áudio gravado por uma das vítimas, é possível ouvir o barulho de seis tiros e gritos do casal. O homem morreu no dia seguinte e a mulher ficou em estado grave, mas morreu no dia 28 no Hospital Geral de Roraima (HGR).

Na dia 24 de maio, a PCRR prendeu dois suspeitos do crime: um de 53 anos e um de 35. A Polícia Civil pediu ainda a prisão do produtor Caio Porto, que estava no local do crime, mas ele encontra-se foragido.

Ameaças

Após o crime, os agentes da Civil iniciaram as investigações. Eles apuraram que a mesma testemunha que prestou socorro ao casal, também recebeu ameaças de qu

atro homens no dia anterior.

A testemunha e o agricultor haviam combinado de fazer uma plantação de feijão numa parte da terra. No dia anterior ai crime, a testemunha olhava o local onde fariam a plantação. Nesse momento, chegaram os quatro homens e um deles estava armado com uma pistola calibre 380.

“Eles foram na propriedade e encontraram a testemunha que é um policial militar da reserva. Eles fizeram a ameaça afirmando que o casal havia invadido as terras deles e, logo depois, foram embora”, relatou o delegado.

De acordo com o relato da testemunha, que ainda chegou a conversar com o agricultor sobre as ameaças, este afirmou que a terra lhe pertencia e estava toda documentada.

“A vítima disse a essa testemunha que era dono da terra e que tinha toda a documentação comprobatória, mas que já tinha recebido outras ameaças anteriormente dos suspeitos e, inclusive, registrado um Boletim de Ocorrência dessas ameaças”, disse o delegado.

Com base nessas informações, os policiais iniciaram as investigações. Desse modo, conseguiram localizar dois dos suspeitos e prendê-los em flagrante delito por homicídio.

Conforme o delegado, as investigações apontaram que os dois homens estiveram numa loja e compraram munição e também estavam juntos quando as vítimas tiveram suas terras invadidas e foram baleadas.

Após a prisão, o delegado interrogou os suspeitos, acompanhados de um advogado, e eles usaram o direito constitucional de somente falar em juízo.

Fonte: Da Redação

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