Moradores do interior de Roraima enfrentam dificuldades por falta de investimentos em pontes e estradas

Em alguns locais, cansados de esperar pelo poder público, são os próprios moradores que constroem pontes e consertam problemas

Moradores do interior de Roraima enfrentam dificuldades por falta de investimentos em pontes e estradas
Precariedade das estradas do interior de Roraima – Foto: Arquivo pessoal

As condições precárias das pontes e estradas de vicinais são alvos constantes de reclamações por moradores do interior de Roraima. Por conta da falta de investimento, a população enfrenta dificuldades de locomoção diariamente.

Em alguns locais, cansados de esperar pelo poder público, são os próprios moradores que acabam fazendo o serviço, que é de responsabilidade do Governo do Estado.

Por exemplo, na Vicinal do Campinho, há um mês, um trecho da estrada acabou rompendo e a população ficou ilhada.

Conforme o morador, Joel de Mello, por se tratar de um igarapé, o local tinha uma ponte, que acabou desabando por conta das chuvas. No entanto, após esperar por muito tempo, a própria população se mobilizou e construiu um aterro e colocaram dois bueiros para a passagem da água.

Contudo, parte do aterro e um dos bueiros foi arrastado pela água das chuvas. Após denúncia na imprensa, a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinf), enviou uma equipe até o local. Mas, segundo Joel, o serviço não resolveu o problema e a estrutura pode ceder a qualquer momento.

Estrada reformada recentemente pelo Governo corre risco de desabar, diz morador de Alto Alegre
Moradores temem desabamento da estrutura – Foto: Reprodução

À época, a Pasta informou que a obra não foi concluída devido as fortes chuvas e que a empresa responsável retomaria o serviço, mas não informou a data.

Famílias ilhadas no Alto Alegre

Ainda em Alto Alegre, moradores da Vicinal AU-AU, cerca de 600 famílias ficaram isoladas por mais de uma semana. A estrada que liga o município a Boa Vista ficou coberta de água, impedindo, assim, a travessia de pedestres, motocicletas e carros.

Marcus Chaves tem um sítio na região. De acordo com ele, os próprios moradores, cansados de esperar por uma solução, decidiram arrumar a estrada.

“Aconteceu uma enchente e a enchente levou a cabeceira da ponte no primeiro igarapé, na plantação de soja. Foi feito um serviço paliativo. Os moradores colaboraram e eles conseguiram um maquinário. A vicinal encheu e esse serviço paliativo foi levado”, explicou.

À época, a Seinf informou que máquinas seriam enviadas até a região para um trabalho paliativo. No entanto, o trabalho definitivo, segundo a secretaria, só seria feito no verão.

Bonfim e Caroebe

Quem vive um pouco mais distante e precisa de boas estradas, reclama do sofrimento. A luta diária de muitos pais, por exemplo, é fazer com que os filhos cheguem à escola.

O seu Pedro, pai de um aluno, que mora há 20 anos na região da Vila Vilhena, em Bonfim, está revoltado com as péssimas condições do local.

“Eu quero que os meus filhos estudem. É isso que eu quero, eu quero que meus filhos estudem […] Nós queremos que ajeitem essa estrada e tirem esse bueiro para bem longe do meio da estrada”, disse.

Moradores do Sul do estado enfrentam outra situação. Pontes quebradas já viraram rotina na região. Recentemente, um caminhão carregado de banana caiu junto com uma ponte. O caso ocorreu na vicinal 11, em Caroebe.

Do mesmo modo, também em Caroebe, na vicinal 8, uma ponte caiu pela terceira vez. Um morador registrou a situação.

Cantá

No Cantá, moradores da vicinal 6 também sofrem com a falta de infraestrutura. A Loren Freitas vive há 16 anos no município. Nesse tempo tida, ela convive com condições precárias na vicinal que dá acesso ao sítio da família dela.

Conforme Loren, a estrada nunca chegou a receber asfalto. Seja no verão ou inverno, a estrada fica intrafegável, o que gera prejuízos.

“No verão, fica seco e aí a gente consegue entrar de carro. Eu já acabei três carros lá dentro, a última vez, eu tenho uma Zafira, eu cheguei só com três pneus e um aro. O pneu furou lá mesmo nesse atoleiro e eu passei das 10h da manhã, com duas crianças pequenas, das 10h da manhã e cheguei 17h da tarde”, relatou.

Fonte: Rádio 93FM

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