Lembro-me como se fosse hoje. Há mais de 13 anos, um presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) veio a Roraima e se posicionou a favor, claro, da homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, ao Norte de Roraima.
Na ocasião, o religioso foi enfático ao afirmar que Roraima era “terra boa para o cultivo da corrupção”. Pois bem. Passado todo esse tempo, o visionário bispo acertou em cheio: Roraima é hoje, sem dúvida, a terra brasileira mais fértil para o cultivo da corrupção. Senão vejamos.
Nunca se viu em Roraima tanta roubalheira como agora. Definitivamente, o monstro da corrupção estendeu seus tentáculos em todos os poderes constituídos do Estado: Executivo, Legislativo, Judiciário e até em órgãos ministeriais, que deveriam fiscalizar e ter zelo pela coisa pública.
Mas a corrupção se tornou endêmica no setor público e todos, sem exceção – políticos, empresários e sócios – metem hoje a mão nos cofres do Executivo estadual. O assalto é tão escancarado que ocorre a todo momento. A Sesau, por exemplo, é um retrato fiel do que agora vos falo.
A pasta virou a “galinha dos ovos de ouro”. Somente no ano passado, a Saúde do Estado recebeu R$ 5.1 bilhões do governo federal. O próprio Presidente Bolsonaro afirmou isso em um vídeo publicado nas redes sociais.
Foi quando políticos e empresários, intensificaram os assaltos aos cofres públicos, pouco se importando com a vida de milhares nos decadentes hospitais do Estado. Tamanha a sem vergonhice, que parte do dinheiro foi parar até na cueca do Senador Chico Rodrigues flagrado pelos federais. Vergonha nacional e até internacional para o povo de Roraima.
Contudo, o mais engraçado em toda essa história é que antes de serem eleitos, prometeram combater os políticos corruptos de Roraima, mas hoje fazem justamente o contrário, pois todos eles estão metendo as mãos nos cofres do Executivo, em detrimento do povo cada vez mais abandonado à própria sorte.
Álvares dos Anjos – cronista.