Policial militar preso em operação da PF é ex-segurança do governador de Roraima

De acordo com a Polícia Federal, o PM é investigado pelo sequestro e tortura de um homem em busca de uma carga de cassiterita roubada; O sargento Jan Elber já é alvo de outra investigação envolvendo garimpo ilegal

Policial militar preso em operação da PF é ex-segurança do governador de Roraima
Governador Antonio Denarium, primeira-dama Simone Denarium e o policial Jan Elber

O policial militar Jan Elber Dantas Ferreira, preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Jeremias 22:17, é ex-segurança do governador Antonio Denarium (Progressistas).

O sargento da Polícia Militar de Roraima (PMRR) atuou como segurança, lotado na Casa Militar do Palácio Senador Hélio Campos durante cinco anos.

De acordo com as informações enviadas à reportagem, Jan Elber era lotado na Casa Militar como agente de segurança operacional de dezembro de 2018 a março de 2023, quando foi agregado ao quadro administrativo.

Em seguida, ele voltou a fazer parte do quadro se seguranças de autoridades em novembro de 2023, cargo que ocupou até março de 2024.

Em setembro de 2021, o militar recebeu, juntamente com outros 40 seguranças de autoridades e policiais militares, homenagem do Governo. O governador então, entregou a Medalha do Mérito Governador Ottomar de Sousa Pinto.

A reportagem solicitou posicionamento do Governo de Roraima sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Investigações

A PF prendeu Jan Elber na operação que tem como objetivo coletar informações relacionadas ao sequestro de um homem em Caracaraí, ao Sul de Roraima. A Polícia Federal também prendeu uma policial civil.

A investigação aponta que policiais do Amazonas, na busca de suposto roubo de cassiterita, teriam sequestrado e torturado o suspeito para que ele indicasse o destino da carga. A ação também teria participação de policiais do Estado de Roraima.

As investigações indicam que os envolvidos formaram, em tese, um grupo criminoso para escoltar cargas de minérios extraídos ilegalmente da Terra Indígena Yanomami, prestar serviços de segurança de forma clandestina e apurar a ocorrência de roubos de cargas de forma paralela à atuação estatal.

Em nota, a Polícia Militar disse que a Corregedora-Geral acompanhou a execução da ordem judicial, juntamente com um oficial da corporação. E que irá instaurar um procedimento administrativo disciplinar, garantindo o contraditório e a ampla defesa.

A PMRR afirmou que repudia toda e qualquer conduta contrária aos preceitos da hierarquia e disciplina, os quais são pilares da instituição.

Por fim, a corporação reafirmou o seu compromisso de bem servir e proteger a sociedade roraimense, atuando ao longo dos seus 80 anos com lisura e dedicação.

Outra investigação

Em uma reportagem do jornal O Globo, Jan Elber aparece em outra investigação, ligado a um empresário apontado como dono de um garimpo na Terra Yanomami, que recebe serviços de seguranças prestados por PMs.

O empresário foi preso em 2024 por porte ilegal de armas de fogo, no Cantá. Conforme a reportagem, o carro em que ele estava, pertencia a Jan Elber, apontado como seu amigo íntimo. A polícia investiga a participação do policial no transporte de armas que abastece o garimpo.

Ainda de acordo com a reportagem do O Globo, Jan Elber alegou ter emprestado a caminhonete ao empresário para uma viagem a Rorainópolis. No entanto, a investigação aponta o cabo como o motorista do veículo. Ao GLOBO, Elber negou qualquer envolvimento com o crime e afirmou não estar presente no episódio.

À época Jan Elber disse ao O Globo que era amigo do empresário, mas negou envolvimento com qualquer tipo de crime e alegou nunca ter sido alvo de operação. Em nota, a PMRR disse ter aberto uma sindicância interna para apurar a conduta do agente investigado na Operação Hades.

Fonte: Da Redação

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