Servidor é agredido dentro do Pronto Atendimento Cosme e Silva durante apoio em atendimento a paciente

Esse é o segundo caso envolvendo agressão contra profissionais dentro de unidade hospitalar do Governo. Sindicato pediu providências para aumento da segurança aos servidores da saúde

Servidor é agredido dentro do Pronto Atendimento Cosme e Silva durante apoio em atendimento a paciente
Fachada do Cosme e Silva no Pintolândia – Foto: Divulgação/Secom

Um servidor público, responsável por conduzir ambulâncias, foi agredido por um acompanhante de paciente dentro do Pronto Atendimento Cosme e Silva, (Pacs), no bairro Pintolândia. O caso aconteceu neste domingo, dia 8.

O servidor prestava apoio no atendimento da mãe do homem, que a acompanhava. A mulher deu entrada na unidade e posteriormente a conduziram até a sala vermelha. Em um certo momento, o servidor informou ao suspeito que a sala vermelha era de acesso restrito e que a mãe dele estava recebendo o devido atendimento. É que o local impede a entrada de terceiras pessoas.

Contudo, o acompanhante reagiu de forma agressiva e desferiu um soco contra o profissional. O resultado foi um ferimento na boca.

Nota de repúdio no caso do servidor

O Sindicato dos Condutores de Ambulância do Estado de Roraima (Sindconam-RR) emitiu nota de repúdio contra a agressão do servidor pelo acompanhante.

“A agressão a trabalhadores da saúde representa não apenas um ataque a um individuo, mas também uma afronta ao sistema de emergência, que existe para proteger e cuidar da população…Reforçamos a necessidade da implementação de medidas eficazes que garantem a segurança dos condutores de ambulância no cumprimento de sua funções, impedindo que esses profissionais fiquem vulneráveis a agressões e desrespeito”, diz o trecho da nota.

Nota do Governo

A Secretaria de Saúde (Sesau) disse que repudia com veemência qualquer ato de violência ou desacato contra servidor público no exercício de suas funções e informa que adotará todas as medidas legais cabíveis.

Esclareceu que acionou a Polícia Militar e o agressor retirado da unidade e conduzido à Central de Flagrantes, onde um Boletim de Ocorrência foi registrado. “É inaceitável que profissionais que atuam diariamente em prol da população sejam agredidos durante o trabalho”, lamentou.

Disse ainda ainda, que o atendimento no Cosme e Silva segue rigorosamente os protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS), com base na classificação de risco.

Após a triagem, é definido o tempo de espera para atendimento médico, conforme a gravidade do caso, prática adotada em todas as unidades públicas de saúde do país.

Por fim, destaca que o crime de desacato está previsto no artigo 331 do Código Penal e se configura quando há ofensa a funcionário público em razão do desempenho de suas atribuições. A pena prevista é de detenção de seis meses a dois anos, ou multa.

Já a Polícia Militar de Roraima informou que está atenta e sensível às demandas da sociedade, inclusive em relação à segurança nas unidades de saúde. A corporação reforçou o compromisso com a preservação da ordem pública e com a garantia da integridade dos profissionais e usuários do serviço de saúde.

Por, fim, disse que, atualmente, o Pronto Atendimento Cosme e Silva conta com rondas regulares realizadas pelas equipes de policiamento da área. Diante dos últimos episódios registrados, a instituição já está adotando medidas para ampliar a presença policial no local, com reforço das ações preventivas e resposta imediata às ocorrências.

Pedido

O sindicato protocolou nesta segunda-feira, 9, um pedido junto à Polícia Militar de Roraima (PMRR), para que uma guarnição policial permaneça de forma fixa no Cosme e Silva para garantir a segurança de todos na unidade hospitalar.

Segundo o Sindconam-RR, existe uma preocupação dos profissionais por conta de episódios recorrentes de violência. Por isso “é essencial a implementação de medidas preventivas e a ampliação da presença policial. Aguarda-se agora um posicionamento oficial da Polícia Militar sobre a viabilidade da implementação da guarnição fixa no Pronto Atendimento Cosme e Silva“, disse o sindicato.

O Roraima em Tempo procurou o Governo de Roraima para posicionamento sobre o caso e aguarda retorno.

Outras agressão a servidores

Essa não é a primeira denúncia envolvendo caso de agressão contra um servidor na rede hospitalar do Estado. No dia 2 de junho, um capitão da Polícia Militar e que atua como segurança do governador, xingou e ameaçou médicos e enfermeiros, conforme relatório. O caso aconteceu no Hospital Geral de Roraima (HGR) enquanto o oficial acompanhava parentes na unidade.

O Roraima em Tempo teve acesso ao documento enviado ao coordenador de operações com o relato da ocorrência. A oficial de operações, uma tenente da Polícia Militar, foi até o local após receber relato de que o militar estaria incomodando os médicos. Isso mesmo após os parentes já terem recebido atendimento na unidade.

Já no hospital a médica contou para a policial que o capitão a chamou de “medicazinha” e também de “médica de youtube”. Além disso, ele ainda teria lhe dito que ela “não era médica” e que era “incompetente”.

Ainda em depoimento à oficial, a médica disse que o capitão colocou a mão em seu ombro direito. Em tom de ameaça e agressividade disse queria o nome de todos os profissionais, pois ele trabalhava com o governador Antonio Denarium e iria denunciar o caso a ele.

Em nota, a Polícia Miliar disse que  disse que não compactua com qualquer conduta abusiva e ressaltou que o militar em questão não tentou exercer a função institucional no local e que atuou unicamente como familiar em situação emocional extrema e movido por legítima preocupação com o bem-estar de familiares.

Esclareceu também que vai instaurar procedimento interno para apurar os fatos, ouvindo todas as partes envolvidas, inclusive a equipe médica, que poderá formalizar versão dos acontecimentos junto à Corporação.

Fonte: Da Redação

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