Política

Jalser coloca tornozeleira eletrônica em casa após STJ conceder liberdade

O deputado estadual Jalser Renier (SD) colocou uma tornozeleira eletrônica na manhã de hoje (6) após ter relaxamento de prisão concedido pela Justiça.

Atualização: anteriormente, o governo disse que a prisão tinha sido convertida para domiciliar, mas o ministro Jesuíno Rissato mandou soltar mediante medidas cautelares. (Entenda esse procedimento)

A equipe da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) confirmou a informação ao Roraima em Tempo. A instalação do equipamento foi feita na casa do parlamentar, localizada no bairro Canarinho, zona Leste de Boa Vista.

Os policiais penais e o secretário André Fernandes chegaram à residência do político por volta de 11h. Os carros da Sejuc estavam descaracterizados. Normalmente, os presos vão à sede da Sejuc para colocar o equipamento.

Desde o dia 1º de outubro, Jalser estava preso no Comando Geral da Polícia Militar. Ontem à noite (5), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu uma liminar favorável ao parlamentar.

Já os militares envolvidos no caso, conforme a Polícia civil, tiveram os pedidos de habeas corpus negados pelo ministro Jesuíno Rissato, o mesmo que julgou a situação do parlamentar.

Suspeitas contra Jalser

O deputado foi preso por ordem da juíza Graciete Sotto Mayor Ribeiro. Ela entendeu que há indícios suficientes de participação de Jalser no sequestro do jornalista Romano dos Anjos.

Em seguida, a juíza comunicou a Assembleia Legislativa que decidiu, por unanimidade, mantê-lo preso preventivamente.

Contudo, no dia seguinte, Jalser acionou o STJ, e disse que a prisão dele era ilegal, pois tem imunidade parlamentar, não se tratando de “cidadão comum”.

A defesa argumentou ainda que querem prejudicar politicamente o deputado, que aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) para voltar ou não à presidência da Assembleia.

Mandante

De acordo com a Civil, o deputado mandou sequestrar e torturar o jornalista Romano dos Anjos. Documento revelado com exclusividade pela reportagem mostra que o Ministério Público (MPRR) citou indícios da participação de Renier nos crimes.

De acordo com a procuradora-geral Janaína Carneiro, o deputado criou uma “milícia” na Assembleia Legislativa. Ela compara o sequestro do jornalista como um crime que ocorre em “Estados fascistas e ditaduras cruéis”.

No dia 16 de setembro, seis militares e um ex-servidor da Assembleia foram presos suspeitos de participação nos crimes. Já no dia 1º de outubro, dois coronéis, um sargento e o deputado foram alvo da Operação Pulitzer II.

Segundo a procuradora-geral, o objetivo do sequestro do jornalista foi a aplicação de castigo pessoal, punição e intimidação.

Além disso, a intenção do grupo criminoso era enviar um recado não só para Romano, mas para todos os jornalistas que criticassem o deputado.

Janaína também considera que os investigados tinham acesso ao alto escalão das instituições públicas. Além disso, cita que a ousadia de Jalser é tão grande que ele ameaçou o governador Antonio Denarium (PP) para barrar o inquérito.

As investigações revelam que Jalser chefiou o grupo dentro da Assembleia Legislativa entre os anos de 2015 e 2021.

Coincidentemente, esse foi o período em que ele esteve à frente da presidência. Depois de afastado da função pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado viu todos os militares serem exonerados do Gabinete Militar.

“Alcançamos a identificação de muitos sinais da implicação do parlamentar estadual Jalser Renier Padilha nos delitos de sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos na condição de mandante dos crimes”, escreve o delegado João Evangelista, responsável pelas investigações.

O documento revela que a motivação do crime foi “vingança ou represália” devido às críticas feitas pelo apresentador contra o parlamentar, à época, presidente da Assembleia. 

“Romano dos Anjos tornou-se uma ‘pedra no sapato’ do parlamentar estadual Jalser Renier e as críticas do jornalista se acentuaram no período de setembro e outubro de 2020, em programas de rádio e TV”, diz o inquérito.

Por Redação

Josué Ferreira

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