O governador de Roraima Antonio Denarium (PP) criou a Secretaria Adjunta de Coordenação dos Colégios Militarizados Estaduais. O decreto de criação consta no Diário Oficial do Estado (DOE) do último dia 31 de março.
A estrutura faz parte da Secretaria de Educação e Desporto (Seed). De acordo com a publicação, ela terá a atribuição de “de coordenar e mobilizar os colégios militarizados do Estado de Roraima e implantar novas unidades, na capital e no interior”.
Com isso, a pasta da Seed passa a contabilizar três secretários adjuntos, mais a secretária titular, Leila Perussolo, que é cunhada do governador.
O salário do novo secretário é de R$ 16,2 mil. Sendo assim pagará pelos quatro secretários da secretaria a soma de quase R$ 50 mil.
Por outro lado, o governador também enviou outros 12 cargos comissionados, criados em janeiro deste ano, para a Seed.
No entanto, o governo ainda não detalhou a estimativa de gastos com a folha de pagamento ou quem vai ocupar as funções. O Roraima em Tempo procurou a gestão e aguarda retorno.
Em contrapartida, professores e pais de alunos realizam protestos para pedir estrutura e qualidade de ensino no interior. Ontem (04), por exemplo, uma manifestação bloqueou parcialmente a BR-174, na altura da comunidade Três Corações, em Amajari.
Pais e alunos da Escola Indígena Santa Luzia pediram a inauguração da escola, investimento na estrutura e a saída da secretária Leila Perussolo.
Anteriormente, moradores da comunidade Manoá, em Bonfim protestaram contra a demissão do gestor da Escola Estadual Indígena Nossa Senhora da Consolata. O governador Antonio Denarium exonerou o gestor, depois que pais e alunos denunciaram à imprensa que os alunos da noite não tinha, local para estudar por falta de luz no prédio da escola.
A demissão do gestor causou revolta no local, bem como nas comunidades indígenas das proximidades. Dessa forma, os moradores de Manoá emitiram uma carta de repúdio e organizaram uma manifestação para pedir a saída de Leila Perussolo da Seed.
Além disso, tuxauas de 20 comunidades indígenas da região da Serra da Lua também emitiram uma carta de repúdio e defenderam o gestor e os direitos indígenas.
Após a repercussão do caso, Leila foi até a comunidade Manoá e informou que iria nomear o gestor de volta ao cargo. Ela também disse que iria resolver os problemas na infraestrutura da escola.
Em janeiro desse ano, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) homologou um projeto de criação de cargos do Governo do Estado com 320 comissionados a mais. Dessa forma, houve um aumento de 776 para 1.096 cargos. Os novos salários impactam os cofres públicos em mais de R$ 37 milhões por ano.
Além disso, no ano passado, os deputados também aprovaram a criação de 119 novos cargos na administração indireta. Os cargos são na Fundação estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e no Instituto de Terras de Roraima (Iteraima).
Por mês, essas 79 novas vagas da Femarh vão custar aos cofres do Estado, R$ 232,4 mil. No entanto, por ano, o gasto será de quase R$ 2,8 milhões. Já no Iteraima, as 40 vagas criadas custarão R$ 1,8 milhão por ano.
Do mesmo modo, na Casa Militar o governador Antonio Denarium extinguiu 37 cargos e criou 48. Como resultado, o governo gastará R$ 716,5 mil a mais com pessoal no órgão.
Outro projeto aprovado pelos deputados é a criação da Fundação de Amparo à Pesquisa de Roraima (Faperr). Sendo assim, a nova instituição terá 45 cargos comissionados. Dessa forma, a folha de pagamento se aproxima dos R$ 2 milhões.
O governo também conseguiu a aprovação do Legislativo para criar 21 vagas na Procuradoria Geral do Estado (PGE). O valor dos salários é de R$ 4.180,25. O que vai custar R$ 1 milhão anual aos cofres públicos. Isso sem contar 13º e férias.
Anteriormente, os parlamentares já haviam aprovado a mudança na Secretaria de Articulação Municipal. O órgão passou a se chamar de SeCidades. Com o novo nome, a secretaria também ganhou 102 novos cargos comissionados.
A criação de comissionados e novas secretarias vai em contrapartida às promessa de campanha do governador Antonio Denarium em 2018.
Ele ainda reafirmou, no início do governo, que reduziria o número de secretarias de 37 para 9, mais a Casa Civil. Contudo, como governador, ele criou cinco secretarias e ampliou uma.
Fonte: Da Redação
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