Política

Jalser pede ao STJ para tirar tornozeleira eletrônica

O deputado Jalser Renier (SD) pediu ontem (27) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o autorize a retirar a tornozeleira eletrônica.

No pedido obtido pelo Roraima em Tempo, a defesa do parlamentar diz que a juíza Graciete Sotto Mayor não fundamentou a decisão.

Desde o dia 6 de outubro Jalser está sendo monitorado por tornozeleira. Além disso, ele não pode sair de casa depois das 18h, nem aos finais de semana, e está proibido de viajar sem autorização.

O deputado também está impedido de manter contato com qualquer investigado no caso Romano dos Anjos. Apenas essa medida ele pediu para que seja mantida, pois diz que nunca tentou atrapalhar as investigações.

“A decisão impugnada fixou medidas cautelares diversas da prisão sem qualquer motivação, nem uma linha sequer de fundamentação”, fala o advogado.

Argumentos de Jalser

Preso no dia 1º de outubro por suspeita de mandar sequestrar e torturar o jornalista Romano dos Anjos, o político foi denunciado pelo Ministério Público no fim de setembro.

De acordo com as investigações, Jalser comanda uma organização criminosa miliciana responsável pelo atentado contra o apresentador. Ele nega as acusações.

Agora, a defesa afirma que ele não pode exercer o mandato, devido à limitação de horário. Segundo ele, há reuniões feitas após as 18h, assim como eventos com a população.

Contudo, Jalser só compareceu à primeira sessão presencial assim que o STJ o soltou. Desde janeiro, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) o afastou da presidência, ele raramente participava das sessões virtuais.

“O exercício do mandato não se limita ao espaço e nem aos horários normais da Casa Parlamentar, pois o deputado é representante do povo e a convivência diária com a população é inerente ao exercício da atividade parlamentar, inclusive aos finais de semana”, alega.

Interferências

Jalser Renier fala que nunca tentou interferir nas investigações da força-tarefa designada para apurar os crimes contra o jornalista.

Mas, o parlamentar ameaçou de morte o governador Antonio Denarium (PP), bem como ligou para o delegado Herbert Amorim em tom ameaçador.

De acordo com o Ministério Público, o deputado agia para proteger os militares e servidores que faziam parte da organização criminosa. Todos os nove policiais e um ex-servidor da Assembleia Legislativa continuam presos.

Conforme o órgão, a milícia é altamente treinada, com conhecimento em inteligência, contrainteligência, logística e espionagem.

O Ministério Público de Roraima e o Ministério Público Federal (MPF) falam que o deputado é de alta periculosidade e, por isso, precisa estar preso. (Leia os recursos no STJ)

Crime

A reportagem já mostrou que o MPRR diz que o sequestro do jornalista foi aplicar um castigo pessoal, punir e intimidar Romano.

Leia detalhes exclusivos

O sequestro ocorreu no dia 26 de outubro de 2020, quando bandidos tiraram o jornalista de casa, o torturam e, em seguida, o deixaram na zona Rural de Boa Vista.

Romano estava com pés e mãos amarrados com fita adesiva, mas conseguiu se soltar. Ele passou toda a noite próximo a uma árvore no local. Os criminosos também queimaram o carro do apresentador.

Fonte: Da Redação

Josué Ferreira

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