MPRR denuncia secretário estadual de Cultura por violência doméstica

Órgão acusou Shérisson Oliveira por quatro crimes, entre eles: lesão corporal e ameaça contra a ex-esposa

MPRR denuncia secretário estadual de Cultura por violência doméstica
Secretário de Cultura, Shérisson Oliveira – Foto: Reprodução

O Ministério Público de Roraima (MPRR) ofereceu denúncia contra Shérisson de Oliveira, por violência doméstica. A denúncia é desta sexta-feira (17). Shérisson é o atual secretário de Cultura do Governo de Roraima. O documento, ao qual o Roraima em Tempo teve acesso, não identifica a vítima.

O MPRR acusou o secretário por quatro crimes previstos no Código Penal. Assim, caso a Justiça aceite a denúncia, ele vai responder pelas seguintes imputações:

  • Lesão corporal por misoginia ou violência doméstica contra a mulher;
  • Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave;
  • Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.

Além disso, Shérisson deve responder por causar dano emocional à mulher. Crime esse que prejudica ou perturba o pleno desenvolvimento da vítima, assim como visa degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação e etc.

A denúncia está assinada pelo promotor Hevandro Cerutti e endereçada ao 2º Juizado Especializado em Violência Doméstica contra a Mulher.

Outra denúncia

Shérisson Oliveira também é acusado de agredir outra ex-esposa, a Camylla Passos. A mulher revelou ao Roraima em Tempo detalhes sobre os casos de violência, que ocorreram entre maio de 2019 e julho de 2020, quando os dois eram casados.

Camylla disse que desde o início do relacionamento ela sofria violência psicológica e moral por parte de Shérisson.

“Ele dizia que eu era um peso, um encosto, que eu não prestava para nada, que eu era gorda. Ele sempre falava que eu era uma médica falida”, conta.

A médica recordou que o ex-companheiro queria que ela aumentasse a carga de trabalho, já que, para ele, “não era suficiente o que eu trabalhava, nem o que eu ganhava”.

Agressões físicas

Até então, Camylla afirmou que nunca tinha sofrido agressão física. Mas tudo mudou após a médica sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), em maio de 2020. Após a alta, Shérisson disse que não a ajudaria na recuperação, logo, precisou receber os cuidados mãe.

Em julho, a médica descobriu uma traição e decidiu pôr fim ao relacionamento. Então, Camylla foi até a casa onde viviam juntos para buscar seus pertences.

“Eu tinha a chave de casa. Entrei normalmente, passei pelo portão, pela porta principal. Aí que começou tudo. Na hora que ele me viu, levou um susto grande e trancou a porta que dava acesso aos quartos”, lembrou na época.

Ela disse ainda que, com um chute, conseguiu quebrar a porta e colocar a mão em uma das frestas. Foi aí que Shérisson começou as agressões físicas.

“Ele começou a bater a porta na minha mão até machucar. Ele não estava segurando. Estava batendo a porta na minha mão. Cortou a minha mão, fez lesão, minha mão direita que eu uso para trabalhar. Além da mão, consegui colocar a perna para segurar. Foi a mesma coisa: porrada na perna, cortou e saiu sangue. Enfim, teve toda essa agressão física desnecessária. Até que ele me deixou entrar”, detalhou.

Da mesma forma, a médica alegou que também chegou a sofrer agressões de uma assessora de Shéridan à época, além de um homem que se identificou como policial militar.

Ela contou que tentou gravar a situação, mas a assessora de Shéridan deu um soco na boca dela. Em seguida, levou um mata-leão do suposto policial, que era amigo de Shérisson. Ele ainda levantou a camisa e mostrou uma arma de fogo.

Laudo

Camylla então resolveu registrar um Boletim de Ocorrência na Casa da Mulher Brasileira. Além disso, ela fez um exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML). O documento atestou que a médica teve lesões no cotovelo, boca, mãos, coxa, antebraço, joelho e na região glútea.

O que diz o Governo

O Roraima em Tempo procurou o Governo do Estado para posicionamento. No entanto, o Estado não se pronunciou.

Fonte: Da Redação

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