Política

Yanomami protestam contra Marco Temporal e garimpo em RR

Lideranças Yanomami se manifestaram na manhã de hoje (8) em uma passeata contra o Marco Temporal e o garimpo em Roraima. Sete organizações participaram do ato.

O protesto ocorre em meio ao julgamento da demarcação de terras indígenas no Supremo Tribunal Federal (STF) marcado para hoje à tarde.

Indígenas entregaram um ofício à Fundação Nacional do Índio (Funai), ao Ministério Público Federal (MPF) e à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Eles exigem uma fiscalização permanente nas comunidades.

Governo

O documento surge após o Fórum de Lideranças da Terra Indígena Yanomami, e critica as ações do Governo Federal, bem como da União o fim do garimpo.

“O Governo só trabalha para envenenar a terra. Por isso, a floresta está acabando. Nós já fizemos muitas denúncias sobre os problemas do nosso território, mas eles não respeitam a própria lei que escrevem”, diz o texto.

Garimpeiros

De acordo com o presidente da Hutukara, Davi Kopenawa, o objetivo é denunciar os garimpeiros nas terras indígenas, assim como os riscos que eles causam.

“Sou contra o Marco temporal, ele não presta. Também queremos falar sobre a Saúde que é fundamental e não está funcionando. O Distrito não nos dá assistência. As doenças aumentaram, por exemplo, a malária. Falem com as autoridades, pois queremos a retirada dos garimpeiros”, fala Davi.

Saúde

Indígenas querem mais saúde – Foto: Yara Walker/Roraima em Tempo

Conforme o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yekuana (Condsi-YY), Júnior Hekurari, a Saúde está em colapso. Ele diz que as crianças estão morrendo.

“Faltam profissionais de saúde, faltam vacinas contra a Covid-19. Iríamos entregar o documento no prédio da Sesai, mas o coordenador não nos recebeu. Isso mostra o descaso total”, denuncia.

Terra Yanomami

Os Yanomami têm sido alvo de ataques de garimpeiros. O auge dos conflitos ocorreu no dia 10 de maio deste ano, quando garimpeiros atiraram contra Palimiú. Em seguida, no dia 16 de maio, eles jogaram bombas.

Logo depois, no dia 5 de junho, os garimpeiros atacaram Maikohipi com bombas de gás lacrimogêneo. Três dias depois eles retornaram e atiraram contra indígenas que retornavam de uma caçada. Os Yanomami fugiram pelo rio.

No dia 18 de junho, um novo ataque. Garimpeiros afundaram uma canoa onde estavam crianças e jovens. Depois, iniciaram as operações da Polícia Federal.

Contudo, no dia 14 de julho, dois novos ataques foram feitos em Palimiú e Korekorema. Desde então, a polícia faz operações para conter o avanço da atividade.

Por Yara Walker

Yara Walker

Recent Posts

Smtran integra operação nacional de fiscalização e segurança no trânsito

Ação segue até o carnaval de 2026, abrangendo as festas de fim e início de…

59 minutos ago

Prefeitura de Caroebe vai gastar mais de R$ 1 milhão em aluguel de estrutura para eventos

São João da Baliza também vai contratar os serviços pelo valor milionário. Informações constam em…

2 horas ago

Justiça obriga banco a suspender cobranças de cartões de crédito consignado não contratados

Medida é resultado de uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público de Roraima

3 horas ago

Aprovado financiamento de imóveis maior para famílias de baixa renda

Principal deliberação envolve a atualização do teto dos imóveis nas faixas 1 e 2 do…

3 horas ago

Senado rejeita urgência para votação de projeto que legaliza cassinos, bingos e jogo do bicho no país

Para os parlamentares contrários ao texto, afirmaram que projeto pode incentivar o vício em jogos

4 horas ago

Jovem quebra tornozelo após cair de pé de manga em Boa Vista

Vítima havia subido na árvore quando, em determinado momento, perdeu o equilíbrio e despencou

5 horas ago