Com discursos de apoio às mulheres, cinco deputadas estaduais se elegeram nas Eleições de 2022. Ano esse em que bebês já morriam na ‘maternidade de lona’ no estado de Roraima. Desde então, o silêncio diante das mais de 300 mães enlutadas desde 2021, quando o Governo levantou a estrutura improvisada, é ensurdecedor. Todas as parlamentares são mães de pessoas adultas e crianças e sequer se compadecem do sofrimento de quem precisa da rede pública estadual para trazer vidas ao mundo, diante de um cenário precário e humilhante.
Contradições
Se olhar o histórico das parlamentares Angela Águida Portella (Progressistas), Aurelina Medeiros (Progressistas), Catarina Guerra (União), Joilma Teodora (Podemos) e Tayla Peres (Republicanos), a maioria delas não abordam pautas de políticas públicas voltadas para as mulheres, mostrando que “pimenta no olho dos outros é refresco”. Em contrapartida, uma delas se diz defensora da autonomia da mulher na escolha do parto. O que poderia ser cômico, se não fosse trágico, tendo em vista que mães e bebês morrem principalmente por negligência médica e as deputadas não propõem nenhuma ação definitiva para resolver o problema.
Podemos esperar mais maternidade de lona?
Nessa quarta-feira (5), a ‘maternidade de lona’ completou três anos de funcionamento. Estrutura essa que deveria durar apenas cinco meses, período da reforma geral da unidade do bairro São Francisco em Boa Vista. Mas, com o atraso de 2 anos e meio da obra, o que podemos esperar é outra temporada de sofrimento. Isso porque a Sesau nem confirma se o Hospital Materno-Infantil será reinaugurado no mês de julho, como havia prometido antes. E se você apostasse que as mesmas cinco deputadas não se mexeram para cobrar celeridade na entrega do prédio reformado, o prêmio seria de R$ 12 milhões.
Se o milagre acontecer…
… e o Hospital Materno-Infantil for reinaugurado, podemos dizer com 100% de certeza que as mesmas deputadas omissas estarão desfilando nos corredores da unidade a fim de tirar foto e fazer vídeos para se promoverem no Instagram, com falsas frases sobre se juntarem às outras mulheres para fazer a diferença.
Fonte: Da Redação