Uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) nesta terça-feira (21) debateu a forma de ingresso na Universidade Estadual de Roraima (UERR). Paralelo a isso, também foi ponto de discussão a disponibilidade orçamentária da instituição.
“Tudo passa pela disponibilidade orçamentária. A gente olha o orçamento da universidade nos últimos cinco anos e a gente vê um gráfico de altos e baixos. Hora com um alto volume de orçamento e no ano seguinte com um orçamento reduzido. Nós precisamos entender isso”, disse o presidente da Casa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), na abertura da audiência.
Participou da reunião o reitor da universidade, Cláudio Delicato. Na oportunidade, ele apresentou gráfico e tabela que mostram o orçamento e a distribuição dos recursos entre os anos de 2020 e 2024. Nos últimos anos, houve brusca redução da verba, sendo ainda 88,68% dela reservada para a folha de pagamento.
“Perceptivelmente, a gente vê que houve um declínio muito grande de 2023 para 2024. Se pelo menos nós tivéssemos tido o mesmo orçamento do ano passado, que também foi problemático, a situação era um pouco menos pior”, disse o Delicato.
Déficit
A discussão do orçamento em audiência ocorreu após especulações sobre possível suspensão das atividades na UERR devido ao déficit orçamentário.
“A gente está em uma situação de ter que solicitar uma emenda parlamentar, um recurso extra, para custear. É muito ruim, quase impossível você querer decidir, ou planejar alguma coisa, ou executar aquilo o que está no nosso PDI [Plano de Desenvolvimento Institucional], simplesmente pagando folha de pagamento e custeio mínimo para a universidade funcionar”, salientou o reitor.
Foram convidados a participar da audiência os secretários de Educação e Orçamento, Mikael Cury-Rad e Rafael Inácio de Fraia e Souza. No entanto, eles não compareceram.
Enem
Acadêmicos da unidade de ensino superior e vestibulandos lotaram o plenário para cobrar respostas e mais transparência sobre a resolução que adota o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de entrar na UERR. O assunto gerou polêmica entre os estudantes. É que, conforme eles, isso dificultaria o acesso à instituição.
Durante a audiência, a estudante Yanca de Paula questionou o reitor sobre a adesão do Enem, principal foco de debate dos alunos no evento. Em resposta, Cláudio Delicato disse que o vestibular não deixará de existir e o Exame Nacional será usado somente para preenchimento de vagas remanescentes.
“Essa alternativa, dessa resolução que gerou a polêmica, foi uma alternativa a mais para a gente, inclusive, poder ter mais facilidade para preencher vagas remanescentes ou também para vagas de cursos com pouca procura”, esclareceu o reitor.
Fonte: Da Redação