
O Ministério Público de Roraima (MPRR) opinou pelo arquivamento do processo movido pelo Governo do Estado contra o coronel Edison Prola.
O ex-comandante da Polícia Militar de Roraima (PMRR) criticou o governador Antonio Denarium (Progressistas) e o atual comandante da corporação, coronel Miramilton Goiano nas redes sociais.
Por conta disso, Miramilton determinou a abertura de um processo na Justiça Militar para apuras os supostos crimes de calúnia, injúria ou difamação.
No entanto, o Ministério Público entendeu, que as críticas “consistem em comentários sobre notícias já divulgadas publicamente”.
“Não há, nas postagens, imputação de fatos novos ou inverídicos ao Governador ou ao Comandante Geral da Polícia Militar. O conteúdo limita-se a críticas genéricas e opiniões pessoais sobre a gestão pública e a administração da corporação, sem caracterizar ofensas pessoais ou acusações específicas que possam configurar crime de difamação”, diz a manifestação do MPRR.
Além disso, o órgão ressaltou que as publicações do Prola representam o exercício legítimo do direito à liberdade de expressão. E limitam-se a comentar notícias já divulgadas, sem imputar acusações diretas ou fatos desonrosos ao governador e ao atual comandante da PMRR.
Críticas
Coronel Prola fez críticas após os escândalos envolvendo o atual comandante, como por exemplo, a operação da Polícia Federal (PF) que o apontou como suspeito de venda ilegal de armas de fogo e munições.
As equipes da PF cumpriram 16 mandados de busca e apreensão em outubro do ano passado. Um deles foi na casa do coronel Miramilton Goiano, no bairro Cinturão Verde.
Edison Prola já havia se posicionado sobre o assunto anteriormente, durante o escândalo publicado pelo jornal O Globo. Ele disse que “não pode haver dúvida na credibilidade da PMRR! A sociedade de Roraima tem que confiar 100% na Corporação!” Disse ainda que as acusações que recaem sobre alguns PMs e o comandante são gravíssimas. E que ele deveria ter ética e moral de se afastar para se defender e não colocar a instituição sob o julgamento do povo roraimense.
Além disso, Prola também criticou quando Coronel Miramilton virou alvo de investigação, após um ex-segurança do governador revelar sua suposta interferência na apuração do assassinato de um casal em briga de terras no Cantá. O policial Helton Jhon, preso por envolvimento no duplo assassinato, citou Miramilton durante depoimento.
Inversão de valores
Em suma, pelo fato de o atual comandante da PMRR seguir no cargo sem que ao menos o Governo o tenha afastado durante as investigações, Prola considerou a ação contra ele como uma inversão de valores. Isso porque o Governo afirmou que abriria processo administrativo contra todos os policiais alvos da operação da PF. No entanto, não se manifestou sobre Miramilton, que deveria ser afastado do cargo para que se abrisse um processo administrativo especial devido à sua patente e o cargo que ocupa.
“O CMT da PMRR é indiciado em dois crimes. O duplo homicídio no Surrão no Cantá e pela Polícia Federal por venda de armas e munições para o garimpo! … E eu, um coronel da reserva que sou indiciado por fazer postagens no Instagram!”, escreveu Prola após a abertura do processo na Justiça Militar.
Fonte: Da Redação